CRITICA | Superman: James Gunn acerta novamente – e agora, em grande estilo!

Se você parasse agora para montar um “Top 10 filmes de super-heróis”, seria difícil não incluir pelo menos dois trabalhos de James Gunn (no meu, são três). E não por acaso: até hoje, o diretor construiu sua reputação transformando personagens pouco conhecidos em ícones inesquecíveis. Quando fomos apresentados aos Guardiões da Galáxia ou ao Esquadrão Suicida, não havia grandes expectativas sobre Gamora ou o Tubarão Nanaue — e mesmo assim, eles nos conquistaram. A grande pergunta era: como Gunn se sairia ao lidar com o maior herói da cultura pop, o mais emblemático de todos os quadrinhos?

Para quem é fã do Superman — e falo com propriedade — os últimos anos foram de pura carência. O personagem, símbolo máximo do heroísmo clássico, vinha sendo moldado sob visões sombrias e distantes de sua essência mitológica. Os “melhores Supers” da atualidade? Omniman e Homelander, dois anti-heróis que só reforçaram o vácuo deixado pelo verdadeiro Filho de Krypton. E o Superman de Zack Snyder — melancólico, confuso, quase apático — apenas aprofundou esse distanciamento.

Mas, como disse lá no início: James Gunn fez de novo. E desta vez, ele não apenas entregou um ótimo filme — ele se alçou ao panteão dos grandes cineastas do gênero.

Superman (2025) é leve, espirituoso, repleto de cenas marcantes daquelas que grudam na mente (sim, daquelas que te fazem soltar um “que cena do c@#&%!”). E o melhor: tudo isso sustentado por atuações incrivelmente sólidas.

Se há algo que Gunn domina como poucos é a criação de personagens cativantes. E aqui, isso se repete com brilho. David Corenswet traz um Clark Kent/Superman que equilibra carisma, força e vulnerabilidade. Já Rachel Brosnahan entrega, com segurança e charme, talvez a melhor Lois Lane do cinema. Mas é Nicholas Hoult quem rouba a cena: seu Lex Luthor é a encarnação do mal clássico — sem justificativas, sem dilemas morais, sem discurso “ponderado”. Um vilão genuinamente perverso, como há muito não víamos nas telas.

A direção de Gunn, aliada a um roteiro enxuto e direto, resgata a simplicidade poderosa das grandes histórias. Superman não se esconde em tons de cinza, nem tenta relativizar o heroísmo. É uma narrativa clara, envolvente e apaixonada sobre o embate eterno entre o bem e o mal — e, acima de tudo, sobre a esperança que só um herói de verdade é capaz de inspirar.

Crítica por Pedro Knupp - @pedroknupp

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